
Zumbido Auditivo
Você já ouviu um chiado, apito ou zumbido que ninguém mais percebe? Esse som constante, sem origem externa, é chamado de zumbido auditivo. Pode parecer inofensivo à primeira vista, mas para quem convive com ele diariamente, o impacto pode ser profundo e debilitante.
O zumbido é a percepção de um som que não está presente no ambiente. Ele pode variar de pessoa para pessoa. Alguns relatam um chiado semelhante ao de uma chaleira, outros escutam pulsações, apitos agudos ou sons que lembram insetos. Esse sintoma pode ser intermitente ou contínuo, leve ou tão intenso a ponto de prejudicar o sono, a concentração e o bem-estar emocional.
No Brasil, estima-se que entre 10 a 15 milhões de pessoas sofram com esse problema. E, infelizmente, muitas delas convivem com o zumbido em silêncio, acreditando que não há solução.
O zumbido não é uma doença, mas um sintoma. E como tal, pode ter diversas causas. Entre as mais comuns, destaco:
• Perda auditiva relacionada à idade (presbiacusia): Com o envelhecimento, as células sensoriais do ouvido interno se desgastam, o que pode resultar em zumbido.
• Exposição a ruídos altos: Trabalhadores de fábricas, músicos e até jovens com uso excessivo de fones de ouvido estão em risco. O barulho intenso danifica as estruturas auditivas.
• Alterações na circulação: Hipertensão, problemas vasculares ou má oxigenação podem influenciar diretamente na percepção de zumbidos.
• Distúrbios neurológicos: Lesões ou disfunções no sistema nervoso central podem ser a origem.
• Fatores emocionais: Estresse, ansiedade e até depressão não apenas agravam o sintoma como podem desencadeá-lo.
Muitas vezes o zumbido se intensifica em ambientes silenciosos, o que torna a hora de dormir um desafio. Isso pode levar a insônia, irritabilidade e queda na produtividade. Em alguns casos, o som constante pode desencadear ou agravar quadros de ansiedade e depressão. Além disso, interfere na concentração e dificulta atividades simples do dia a dia, como ler, estudar ou manter conversas.
Cada caso de zumbido é único, por isso, o diagnóstico correto é fundamental. Na consulta otorrinolaringológica, realizamos uma série de exames, como a audiometria (para avaliar o grau de audição) e a acufenometria (para medir as características do zumbido). Com essas informações, conseguimos traçar um plano de tratamento personalizado.
É essencial procurar ajuda especializada. O zumbido não deve ser ignorado, muito menos considerado “normal” com o envelhecimento. Quanto antes investigarmos a causa e começarmos o tratamento, maiores as chances de controlar o sintoma e evitar que ele afete ainda mais a sua vida.
O tratamento do zumbido exige paciência, escuta ativa e uma abordagem individualizada. Cada pessoa tem sua história, seus gatilhos e sua forma de perceber o som. O papel do otorrinolaringologista é justamente entender isso e oferecer soluções reais.
Se você sente um zumbido persistente, procure ajuda. Não é preciso se acostumar com o desconforto, nem sofrer em silêncio. Existe tratamento, sim e qualidade de vida também.