Pedra na vesícula Sintomas e tratamento cirúrgico

Alguns cálculos na vesícula podem ser assintomáticos, mas outros provocam dor intensa.

Uma dor súbita e intensa, no lado direito do abdômen, pode indicar a presença de cálculos na vesícula biliar. Esse é o principal sintoma de colelitíase, popularmente conhecida como pedra na vesícula. A presença de cálculo na vesícula biliar é muito frequente na população, por isso a importância de falar sobre os sintomas, diagnóstico e indicações cirúrgicas.

De acordo com estatísticas da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), até 20% da população pode desenvolver cálculos durante a vida. As mulheres são mais propensas a desenvolver o problema, mas um grupo específico apresenta maiores riscos: sobrepeso, faixa etária por volta de 40 anos, dieta rica em gorduras e colesterol e pobre em fibras, número de gestações e fatores hormonais.

Muitos pacientes são assintomáticos, isso explica porque a maior parte das pessoas que tem pedra na vesícula não sente nenhum desconforto e, muitas vezes, só descobrem o problema ao realizarem exames de rotina ou para investigação de alguma outra doença.

Os sintomas ocorrem quando a pedra está obstruindo a saída da vesícula e há contração do órgão, que ocorre por estímulo da alimentação, acaba gerando uma grande pressão dentro da vesícula, levando à típica dor da cólica biliar. Geralmente, a dor surge no intervalo de 30 a 60 minutos, após as refeições e perdura até o término da digestão dos alimentos.

Caso a obstrução da saída da bile pela pedra persista, bactérias naturais dos intestinos costumam infectar a bile que fica estagnada dentro da vesícula obstruída, desencadeando um quadro de inflamação aguda da vesícula (colecistite aguda). Outra complicação possível é a pedra se deslocar da vesícula e ir para o canal da bile e causar entupimento desse canal (coledocolitíase). Como a bile não pode escoar para o duodeno, ela pode voltar para o fígado e começa a ser absorvida pelo sangue, provocando a icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). Pode ocorrer também a impactação da pedra na saída do ducto do pâncreas, causando uma inflamação do pâncreas (pancreatite aguda), que pode cursar de forma branda ou grave.

Para o diagnóstico, é indicada a avaliação clínica com médico especialista e, inicialmente, a realização do ultrassom abdominal. A retirada da vesícula (colecistectomia) é o tratamento mais indicado, devido à gravidade das complicações que podem ocorrer. Na maioria dos casos, o procedimento cirúrgico é realizado por videolaparoscopia, um procedimento minimamente invasivo realizado através de pequenas incisões no abdome. A técnica por vídeo tem mais vantagens em razão de o paciente ter pouca dor no pós-operatório, alta precoce, ótimo resultado estético e retorno quase imediato às atividades cotidianas.