O papel da cirurgia plástica na reconstrução da imagem e do bem-estar
Por Dr. Felipe Seixas – Cirurgião Plástico – CRM/SP 192.124 | RQE 135.027
Existe uma linha delicada entre o desejo de transformação estética e a necessidade legítima de resgatar a autoestima. Ao contrário do que muitos ainda acreditam, procurar um procedimento cirúrgico não tem a ver com vaidade. Em muitos casos, trata-se de autocuidado, de um reencontro com a própria identidade.
Recebo diariamente pacientes com histórias marcadas por mudanças profundas: gestações que alteraram o contorno corporal, emagrecimentos que deixaram excesso de pele ou simplesmente o impacto do tempo, que modificou a maneira como elas se enxergam. Em comum, essas histórias revelam uma desconexão entre o corpo atual e a imagem que a pessoa tem de si mesma. É justamente nesse ponto que a cirurgia plástica pode ajudar, reconstruindo essa relação com o espelho e com a autoestima.
Essa decisão, no entanto, deve ser tomada com consciência. A cirurgia plástica exige análise criteriosa, segurança clínica e um diálogo transparente entre médico e paciente. Minha função não é prometer transformações irreais, mas apresentar possibilidades seguras, baseadas na anatomia e na individualidade de cada pessoa.
Não existe uma fórmula única. Cada paciente é único. Nem toda mulher que deseja levantar as mamas precisa de prótese. Nem todo excesso de pele se resolve com lipoaspiração. O sucesso está na escuta atenta, no planejamento personalizado e na clareza em alinhar o que é possível com o que se deseja.
A cirurgia plástica não deve ser uma resposta ao padrão imposto por outras pessoas. Ela deve ser uma escolha consciente, feita por alguém que deseja se sentir bem consigo mesma. E, quando realizada com orientação, técnica e responsabilidade, ela pode ser profundamente transformadora. Não só no corpo, mas na forma como a pessoa vive, se relaciona e se posiciona no mundo.
Cuidar da autoestima é cuidar da saúde emocional. E muitas vezes, cuidar da aparência é também resgatar a confiança, o prazer de se reconhecer e a liberdade de ser quem se é, com verdade e leveza.
É com esse olhar técnico, ético e humano que conduzo cada paciente. Porque transformar com responsabilidade é, acima de tudo, respeitar quem está diante de mim.