
O Desenvolvimento da Linguagem
A linguagem é um importante fator para o desenvolvimento e aprendizagem.
Na infância, podemos observar o desenvolvimento da linguagem como apoio à cognição principalmente por meio da forma como a criança brinca e na intenção comunicativa através de gestos, do olhar, de desenhos, da fala, entre outros.
Desde muito cedo, a comunicação não verbal já pode ser observada entre a mãe e o bebê, o olho no olho, as expressões faciais. O apontar por volta dos 11 meses é um marco, podendo inicialmente ter a intenção apenas de apontar para algo que quer e depois pode ter a intenção de compartilhar a atenção com alguém (apontar para que outra pessoa possa acompanhar aquele momento). Evoluem na produção de sons, estrutura de silabas e frases até atingir a capacidade de estabelecer um diálogo.
Mas porque algumas crianças começam a falar as primeiras palavras entre o primeiro e o segundo ano de vida e outras demoram a falar? Por que algumas quando começam a falar, falam claramente e outras parecem falar outra língua?
Existem transtornos que causam atraso na aquisição e no desenvolvimento da linguagem como por exemplo o atraso simples, o desvio fonológico, o distúrbio especifico da linguagem (DEL) ou transtorno do desenvolvimento da linguagem (TDL), os transtornos de fluência (como a gagueira do desenvolvimento e a velocidade de fala alta que pode comprometer ou não o entendimento da mensagem) e as alterações semântico-pragmáticas (que diz respeito à competência comunicativa).
O atraso no aparecimento da linguagem oral pode, muitas vezes, ser o sinal de problemas auditivos, ou falta de estímulos ou ainda pode ser o sinal de transtornos mais globais no desenvolvimento como o TEA (transtorno do espectro autista) e a Deficiência Intelectual.
No transtorno do espectro autista enfatizam traços anômalos da fala, como a escolha de palavras pouco usuais, inversão pronominal, ecolalia, discurso incoerente, crianças não-responsivas a questionamentos, prosódia aberrante e falta de comunicação. Muitos estudos atribuem a ausência de fala em alguns indivíduos ao grau de severidade do autismo, à tendência a déficit cognitivo ou a uma inabilidade de decodificação auditiva da linguagem. Outros sintomas estão também presentes, distinguindo essas crianças daquelas com apenas atraso de linguagem como: perturbações da comunicação não-verbal, comportamentos estereotipados e perseverantes, interesses restritos e/ou não usuais e alteração das capacidades sociais.
A avaliação com um neuropediatra e acompanhamento interdisciplinar são importantes para o devido diagnóstico e acompanhamento e estimulação precoce dessas crianças, o que interfere no seu desenvolvimento e aprendizado.